Pescando luzes e olhares

A pluralidade do olhar entre a luz e a sombra. Momentos de pescar o que acontece ao redor do universo que sou eu e das partes que me envolvem. Ao mesmo tempo, pessoais e transferíveis.
Somos pescadores da vida todos os dias, com peixes de imaginação, imagens e sons que fazem a mente virar para o sol, origem das luzes e cores que pescamos com os olhos.
Entre "peixes" e "pixels" vou mostrando luzes dos cotidianos que presencio, pensamentos meus e de outras almas, notícias, denúncias e mais...
SEJAM BEM VINDOS

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Leve


Lançar-se sem peso
Uma gravidade que curva
E sou vento da estrada da vida

O som do trompete sobe
A vida sendo uma brincadeira de luz e movimento
Cai, sobe, cai, sobe, sobre o que vai.

Mas o peso não há!
Peso para quê?
O peso serve para se jogar e amar
Deixar cair
“Deixa o mar cair sobre seu corpo”
Na massa da onda
Corpo somado ao mar

Seguir-se indo leve
E os pensamentos fluindo numa queda libre
Pedalando rumo-céu
sendo nuvem que flutua
Dias cinzas

Curtir o peso da vida com leveza
Amar a leveza de ser

terça-feira, 28 de junho de 2011

"Nossa sofrida bagagem estava ali, amontoada mais uma vez na beira da calçada; tínhamos um percurso maior pela frente. Mas estava tudo bem, a estrada é a vida."

"Mas no fundo, que diferença faz? O anonimato no mundo dos homens é melhor que a fama no céu, porque... o que é o céu, no fim das contas? E a terra, o que é? Tudo ilusório."

JK, On the road

sábado, 25 de junho de 2011

...

Ouvi e escutei uma paixão louca...
"um tempo que ainda não passou"
Passo por vagabundos na rua, sou um, sou eles
indo sem saber para onde voltar
caí no mar, derreto, sou nuvem, chuva e amar.
De nexo, pouco tenho, sou reflexo

O que me interessa?
As letras se mexendo com cor de sol derretido
olhando para frente, não sei se vou voltar
os caminhos perdem os trilhos, sigo como o luar
dia no céu, noite no chão

Ondas que me batem o peito
fazem cócegas meu eu's
Mas o que me interessa!?
Onde fica minha pegada quando vejo as flores?
elas mostram os olhares do vício de ver
"Minha diva", eu, seu divã

Cachorros companheiros
Trens de cheiros desconhecidos
mais uma vez me vejo vagabundo
um ser sem mundo que roda estrelas
não estão no firmamento
sigo o caminho do vento

Quero ouvir as vozes do corpo
sentir as cordas cabelos me envolverem
matar enforcado amor, torpor
andar na pele quem salta num rio
mexer o caos e ser tua paz

Ser teu caos e ouvir tuas loucuras
Faz parte de quem somos.
Quero te ouvir.
Solidão
Agora, solidão só
não sei onde buscar forças
não sei se as tenho
estou a esm0
Sou eu mesm0

Amoraté

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Um outro olhar

Vindo de dentro
Barrigas que nos oferecem novos mundos, olhares viscerais onde somos cabeças que rolam como intelectuais.
Simplicidade e oportunidade de pintar os muros de nossa escola interior.
Pintemo-nos.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

ORAÇÃO ÀS SETE DIREÇÕES

Desde a Casa Leste da Luz
Que a sabedoria se abra em Aurora sobre nós
Para que vejamos as coisas com claridade

Desde a Casa Norte da Noite
que a sabedoria amadureça entre nós
para que conheçamos tudo desde dentro

Desde a Casa Oeste da Transformação
que a Sabedoria se transforme em ação correta
para que façamos o que tenha que ser feito

Desde a Casa Sul do Sol Eterno
que a Ação correta nos dê a colheita
para que desfrutemos os frutos do ser Planetário

Desde a Casa Superior do Paraíso
Onde se reúnem a Gente das Estrelas
e os Antepassados
Que suas bênçãos cheguem até nós agora

Desde a Casa Interior da TERRA
que o pulsar do Coração de Cristal do Planeta
nos abençoe com suas harmonias
para que acabemos com as guerras

Desde a Fonte Central da GALÁXIA
que está em todas as partes ao mesmo tempo
que tudo se reconheça como LUZ DE AMOR MÚTUO.

AH YUM HUNAB KU
(Saudação Maia ao Sol Central - Entoar 3 vezes)

EVAN MAIA E MA HO
(Salve a Harmonia da mente e da Natureza - 3 vezes)

IN LAK CH
(Eu Sou o Outro em Você)

Luzes de um Sol que vai


Vivências de luz que sempre passam em nossos dias

terça-feira, 21 de junho de 2011

Uma chuva que lava a alma


Uma chuva que lava a alma
Descendo do céu que chora uma alegria
Uma que não conhecia
Vem cada gota para lavar minha alma
Todas trazem liberdade que já tinha
Sempre temos
Tomar um banho de chuva e ser criança
Nostalgia
Daquelas que o sorriso escorre feito água no riacho
Do lado de fora, um ser nuvem chorando
Do lado de dentro, explosões
Todo passo, um salto de galáxias, e a vida em si,
Sendo
Dor, medo, sorriso, torpor
Sabendo “hoje feliz, amanhã triste”
Hoje triste, amanhã feliz como cantos de bem-te-vis
Que me vêem o amanhã
Os cantos também lavam minha alma

quinta-feira, 16 de junho de 2011

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Longa exposição...

Eclipse nublado...
Quando as nuvens cortam a lua...

Distância chegando

        "Que sensação é essa, quando você está se afastando das pessoas e elas retrocedem na planície até você ver o espectro delas se dissolvendo? - é o vasto mundo nos engolindo, e é o adeus. Mas nos jogamos em frente, rumo à próxima aventura louca sob o céu."

J. K. - On the Road

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A sociedade reage


RICARDO YOUNG

Nesta semana que passou, a presidente Dilma Rousseff prorrogou por 180 dias o decreto que obrigava os agricultores a averbar suas reservas legais com o objetivo de regularizar a situação de suas propriedades.
Sem a prorrogação, o prazo teria vencido dia 11 passado e imporia àqueles que não cumpriram a determinação legal pesadas multas e sanções que demonstrariam que o país não mais tergiversaria nas questões do desmatamento.
Pois bem, tudo sugere que mais uma vez serão anistiados os infratores.
Enquanto aqui em Pindorama brinca-se em serviço e abusa-se da condição de país de maior extensão de florestas contínuas do planeta, a China, país devastado pela degradação ambiental e com riscos reais de desertificação, toca como prioridade nacional o projeto da "Grande Muralha Verde", que pretende reflorestar 356 mil quilômetros quadrados de terra, até 2050.
O Brasil é o país com a maior reserva hídrica do planeta, mas algumas regiões, como o Sudeste, já sentem os problemas da escassez do recurso, com prejuízo para algumas lavouras.
Não é por acaso que a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) advertiu em relatório na última quinta-feira que a mudança climática terá graves consequências na disponibilidade de água destinada à produção de alimentos e na produtividade dos cultivos durante as próximas décadas.
A garantia da perenidade da água está na governança deste recurso. E a base desta governança é o Código Florestal, com as regras que definem APPs e RLs, recuperação e manejo. Todas essas normas protegem as nascentes e, com isso, a produção de água tão necessária para a agricultura.
Nossa maior commodity não é a soja, a carne ou o café. É a água! Somos os maiores exportadores de água do mundo.
Assim, é exatamente para que se garanta o desenvolvimento agrário do pais é que o compromisso com a recomposição das RLs e das APPs não pode ser adiado.
A maioria dos partidos e o governo federal parecem não entender essa correlação entre o Código Florestal e o desenvolvimento econômico.
Como resposta, a sociedade civil organizada iniciou uma mobilização cujo arco de alianças não se vê desde as Diretas Já. O Comitê em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável do Brasil, instalado na última semana, promete dar muito, mas muito trabalho ao governo nos próximos meses.
Novas formas de fazer politica começam a surgir e apontam esperança contra a estreiteza abissal que parece tomar conta das forças políticas hegemônicas do país.


RICARDO YOUNG escreve às segundas-feiras na coluna Opinião da Folha de São Paulo.


São Paulo, segunda-feira, 13 de junho de 2011

Poesia ao encontro da luz

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Se você...

... está vivo, você respira, fala, pensa, sabe, duvida...
E daí... voltas ao "estar vivo" sempre, pois queres saber, sentir mais. Isto nos impulsiona.
Sempre melhor.
Amor

Carta do Cacique Mutua a todos os povos da Terra sobre Belo Monte

O Sol me acordou dançando no meu rosto. Pela manhã, atravessou a palha da oca e brincou com meus olhos sonolentos. O irmão Vento, mensageiro do Grande Espírito, soprou meu nome, fazendo tremer as folhas das plantas lá fora.

Eu sou Mutua, cacique da aldeia dos Xavantes. Na nossa língua, Xingu quer dizer água boa, água limpa. É o nome do nosso rio sagrado.
 
Como guiso da serpente, o Vento anunciou perigo. Meu coração pesou como jaca madura, a garganta pediu saliva. Eu ouvi. O Grande Espírito da floresta estava bravo.
 
Xingu banha toda a floresta com a água da vida. Ele traz alegria e sorriso no rosto dos curumins da aldeia. Xingu traz alimento para nossa tribo.
 
Mas hoje nosso povo está triste. Xingu recebeu sentença de morte. Os caciques dos homens brancos vão matar nosso rio.
 
O lamento do Vento diz que logo vem uma tal de usina para nossa terra. O nome dela é Belo Monte. No vilarejo de Altamira, vão construir a barragem. Vão tirar um monte de terra, mais do que fizeram lá longe, no canal do Panamá.
 
Enquanto inundam a floresta de um lado, prendem a água de outro. Xingu vai correr mais devagar. A floresta vai secar em volta. Os animais vão morrer. Vai diminuir a desova dos peixes. E se sobrar vida, ficará triste como o índio.
 
Como uma grande serpente prateada, Xingu desliza pelo Pará e Mato Grosso, refrescando toda a floresta. Xingu vai longe desembocar no Rio Amazonas e alimentar outros povos distantes.
 
Se o rio morre, a gente também morre, os animais, a floresta, a roça, o peixe tudo morre. Aprendi isso com meu pai, o grande cacique Aritana, que me ensinou como fincar o peixe na água, usando a flecha, para servir nosso alimento.
 
Se Xingu morre, o curumim do futuro dormirá para sempre no passado, levando o canto da sabedoria do nosso povo para o fundo das águas de sangue.
 
Hoje pela manhã, o Vento me levou para a floresta. O Espírito do Vento é apressado, tem de correr mundo, soprar o saber da alma da Natureza nos ouvidos dos outros pajés. Mas o homem branco está surdo e há muito tempo não ouve mais o Vento.
 
Eu falei com a Floresta, com o Vento, com o Céu e com o Xingu. Entendo a língua da arara, da onça, do macaco, do tamanduá, da anta e do tatu. O Sol, a Lua e a Terra são sagrados para nós.
 
Quando um índio nasce, ele se torna parte da Mãe Natureza. Nossos antepassados, muitos que partiram pela mão do homem branco, são sagrados para o meu povo.
 
É verdade que, depois que homem branco chegou, o homem vermelho nunca mais foi o mesmo. Ele trouxe o espírito da doença, a gripe que matou nosso povo. E o espírito da ganância que roubou nossas árvores e matou nossos bichos. No passado, já fomos milhões. Hoje, somos somente cinco mil índios à beira do Xingu, não sei por quanto tempo.
 
Na roça, ainda conseguimos plantar a mandioca, que é nosso principal alimento, junto com o peixe. Com ela, a gente faz o beiju. Conta a história que Mandioca nasceu do corpo branco de uma linda indiazinha, enterrada numa oca, por causa das lágrimas de saudades dos seus pais caídas na terra que a guardava.
 
O Sol me acordou dançando no meu rosto. E o Vento trouxe o clamor do rio que está bravo. Sou corajoso guerreiro, não temo nada.
 
Caminharei sobre jacarés, enfrentarei o abraço de morte da jiboia e as garras terríveis da suçuarana. Por cima de todas as coisas pularei, se quiserem me segurar. Os espíritos têm sentimentos e não gostam de muito esperar.
 
Eu aprendi desde pequeno a falar com o Grande Espírito da floresta. Foi num dia de chuva, quando corria sozinho dentro da mata, e senti cócegas nos pés quando pisei as sementes de castanha do chão. O meu arco e flecha seguiam a caça, enquanto eu mesmo era caçado pelas sombras dos seres mágicos da floresta.
 
O espírito do Gavião Real agora aparece rodopiando com suas grandes asas no céu.

Com um grito agudo perguntou:
 
Quem foi o primeiro a ferir o corpo de Xingu?

Meu coração apertado como a polpa do pequi não tem coragem de dizer que foi o representante do reino dos homens.
 
O espírito do Gavião Real diz que se a artéria do Xingu for rompida por causa da barragem, a ira do rio se espalhará por toda a terra como sangue e seu cheiro será o da morte.
 
O Sol me acordou brincando no meu rosto. O dia se abriu e me perguntou da vida do rio. Se matarem o Xingu, todos veremos o alimento virar areia.
 
A ave de cabeça majestosa me atraiu para a reunião dos espíritos sagrados na floresta. Pisando as folhas velhas do chão com cuidado, pois a terra está grávida, segui a trilha do rio Xingu. Lembrei que, antes, a gente ia para a cidade e no caminho eu só via árvores.
 
Agora, o madeireiro e o fazendeiro espremeram o índio perto do rio com o cultivo de pastos para boi e plantações mergulhadas no veneno. A terra está estragada. Depois de matar a nossa floresta, nossos animais, sujar nossos rios e derrubar nossas árvores, querem matar Xingu.
 
O Sol me acordou brincando no meu rosto. E no caminho do rio passei pela Grande Árvore e uma seiva vermelha deslizava pelo seu nódulo.
 
Quem arrancou a pele da nossa mãe? gemeu a velha senhora num sentimento profundo de dor.

As palavras faltaram na minha boca. Não tinha como explicar o mal que trarão à terra.

Leve a nossa voz para os quatro cantos do mundo clamou O Vento ligeiro soprará até as conchas dos ouvidos amigos ventilou por último, usando a língua antiga, enquanto as folhas no alto se debatiam.
 
Nosso povo tentou gritar contra os negócios dos homens. Levamos nossa gente para falar com cacique dos brancos. Nossos caciques do Xingu viajaram preocupados e revoltados para Brasília. Eu estava lá, e vi tudo acontecer.
 
Os caciques caraíbas se escondem. Não querem olhar direto nos nossos olhos. Eles dizem que nos consultaram, mas ninguém foi ouvido.
 
O homem branco devia saber que nada cresce se não prestar reverência à vida e à natureza. Tudo que acontecer aqui vai voar com o Vento que não tem fronteiras. Recairá um dia em calor e sofrimento para outros povos distantes do mundo.
 
O tempo da verdade chegou e existe missão em cada estrela que brilha nas ondas do Rio Xingu. Pronta para desvendar seus mistérios, tanto no mundo dos homens como na natureza.
 
Eu sou o cacique Mutua e esta é minha palavra! Esta é minha dança! E este é o meu canto!

Porta-voz da nossa tradição, vamos nos fortalecer. Casa de Rezas, vamos nos fortalecer. Bicho-Espírito, vamos nos fortalecer. Maracá, vamos nos fortalecer. Vento, vamos nos fortalecer. Terra, vamos nos fortalecer.

Rio Xingu! Vamos nos fortalecer!
Leve minha mensagem nas suas ondas para todo o mundo: a terra é fonte de toda vida, mas precisa de todos nós para dar vida e fazer tudo crescer.
 
Quando você avistar um reflexo mais brilhante nas águas de um rio, lago ou mar, é a mensagem de lamento do Xingu clamando por viver.
 

Cacique Mutua

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Onde está o nosso controle?


Onde esta o nosso controle?
Como controlar sem se dominar, sem força?
Os dias vão passando e me sento na beira
Fico a margem, quase caindo
Sentindo sem lugar para ficar, mesmo estando em mim
Eu-casa que rola sem controle
Cada vez mais profundo no amor que conhecemos
Conheço?
Sinto vazio. Sinto-me cheio de vazio
Sem controle... e existe?
Conhecendo momentos que me fazem sentir único e cheio de vida sem controle correndo com cor de coração que pula qualquer abismo sem sentir medo e com medo vivendo com vento no rosto corpo ser espírito que bate nas portas e entra sem bater com causa de calor sem caminho que segue sempre em frente e vê a correria do universo sempre em espiral que se vira de todos os lados caindo nos lábios doces das ervas que surpreendem e não controlam nada de trilhas loucas com cheiro de cabelo liso e cheio de flor no ar de sombras que fogem daquilo que é o controle descontrolado
Acho que fugi.
O controle me perdeu e eu o perdi
Agora vejo que somos um e as palavras e peles se sentem perdidas no vazio que antes me preenchiam
Idas e vindas sem rumo. Só idas e vindas. Tudo que na vida é. Levar-se dentro de si para os abismos e pular-pular de amor e de viver
.

Visitar museus do mundo sem sair de casa

Gostas de museus? Eu gosto.
Queres visitar os grandes museus do mundo sem sair de casa? Pois é!! Adoro ir a museus e poder ter o contato próximo com as obras de arte, seus sentimentos e suas impressões. Conhecer mais os artistas, já que estes se pintam nas obras. São retratos que suas vidas.
O Google lançou um projeto: Google Art Project. Podes visitar diversos museus, passear e ver as obras de arte expostas neles com focos diferentes. Visualizar a obra completa ou dar um foco que te deixa apaixonado pelos detalhes em alta resolução aparentes aos nossos olhos.
Um bom olhar, uma boa oportunidade de conhecer os museus, conhecendo as pinturas de museus de Londres, New York, Madrid, Moscou e tantos outros que eu adoraria ir em "carne e osso".
Delicia-te!